terça-feira, 23 de setembro de 2008

Notícias e Recepção


Londres, 18 de Novembro 1928

Como esperado, os jornais trazem matérias sobre os acontecimentos no Scalla durante a première da peça "A Rainha e o Estranho".

O caderno de entretenimento do London Times trás uma crítica devastadora sobre a peça. Em linhas gerais, o crítico aconselha Talbot Estus a procurar outra ocupação pois dramaturgia não é seu forte. Os comentários no Daily Times também são contundentes, a peça é comparada a um "trágico acidente ferroviário cuja vítima é o público".

Os jornais destacam também o distúrbio ocorrido no teatro e atribuem a confusão a fumaça utilizada nos efeitos cenográficos. A fumaça teria causado a impressão de que o teatro estava em chamas o que despertou o pânico na multidão. O jornal afirma que algumas pessoas foram presas e que outras tiveram ferimentos leves. Nenhum jornal menciona a prisão de Alexander Roby. A jornalista Lydia Barker que escreveu uma matéria incluíndo o nome de Roby se surpreende ao descobrir que o parágrafo em que ele era citado simplesmente foi censurado.

O Dr. Sterne telefona para o sanatório St Agnes e conversa brevemente com o Dr Highsmith que convida ele e os amigos de Roby para fazer uma visita na manhã seguinte. sterne entra em contato com os outros e combina uma viagem até Weobley amanhã cedo.
Soirè no Hotel Bloominton

Apesar dos acontecimentos na noite de estréia, a recepção ocorre com um pequeno número de constrangidos convidados. O elenco da peça comparece ao salão de festas em um clima pouco festivo.

Howard, O´Malley, Murdoch e Morrison conversam brevemente com a atriz principal da peça, a Sra Hannah Keith que se diz indignada com os acontecimentos. Ela comenta que desde o princípio tinha um mal pressentimento sobre essa peça por ela ser bizarra. Ela diz que chegou a ter pesadelos sobre a peça e seu contúdo mórbido.

Durante a recepção corre o rumor de que a peça será cancelada e que Estus está enfrentando a ira de seus patrocinadores. Ele discute com o dono do Scalla furioso com a desordem. Fica claro que futuras apresentações não irão acontecer.

Os investigadores conseguem conversar com Estus a respeito da peça. Ele garante que não esperava aquela reação do público e que não entende o que aconteceu. "Obras de arte devem causar uma reação nas pessoas, mas eu não imaginava que haveria violência." diz ele.

Estus confidencia que "A Rainha e o Estranho" é uma adaptação de uma peça francesa escrita por Gaston Castaigne, um obscuro dramaturgo do século XVIII. A montagem chegou a ser encenada em Paris, até ser proibida pelo próprio Napoleão III que a considerou imprópria. O texto original foi inspirado pelo livro "Le Rois en Jeune" ou "O Rei Amarelo", uma obra que Estus adquiriu em um leilão na América. Ainda a respeito da peça, ele afirma ter escrito o texto a partir de sonhos recorrentes e que a considera uma obra prima que ainda será recohecida como tal.

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