segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Handout: Livros na casa de Bacon

O Rei Amarelo:

Publicado originalmente em 1860, a primeira edição contou com 500 cópias, das quais restaram pouco mais de dez, todas em coleções particulares. O governo de Napoleão III decretou a apreensão e destruição de todos os volumes. Ainda hoje o livro é proibido na França. A versão em inglês foi publicada em 1895 em uma encadernação em octavo de cor preta trazendo na capa o símbolo amarelo. O livro possui 180 páginas apresentando a peça original “O Rei Amarelo” conforme escrita e encenada por Castaigne.

O livro é uma compilação dos eventos que se abateram sobre a Terra de Ythril, conquistada pelo Rei Amarelo. Não fica claro se os eventos são uma mera alegoria ou uma narrativa de fatos verídicos. O texto serviu como base para a peça “A Rainha e o estranho”.

Revelações de Carcosa:

Escrito em inglês, este volume de 300 páginas foi publicado em 1890 em uma tiragem de meras cem cópias. O nome do autor não é mencionado.

A introdução explica que o livro foi traduzido a partir de escritos encontrados em uma escavação arqueológica no Norte da Índia no fim do século XIX. O texto original estava gravado em placas de argila que foram traduzidas ao longo de um extenso processo de decodificação. Os sacerdotes de Drakmar teriam escrito os textos.


O livro apresenta uma série de lendas, orações e elegias sobre uma mesma entidade chamada de Kaiwan, Rei Amarelo e em alguns momentos de Hastur, o Inominável,

A entidade é apresentada como um ser de enorme poder e influência que habita um planeta sem nome girando ao redor da Estrela Rubra de Aldebaram. Ela estaria presa sob as águas escuras do Lago de Hali e poderia deixar esse aprisionamento apenas se invocado e mesmo assim por um curto período de tempo. A entidade tem diferentes aspectos, sendo as duas manifestações mais recorrentes o Rei Amarelo, uma divindade de forma humana presente em lendas de várias culturas e Hastur, uma manifestação alienígena e bestial.

O livro relata uma Profecia a respeito da materialização da Cidadela de Carcosa na Terra. Esta só poderá se concretizar quando o olhar de Kaiwan se voltar para a Terra. Quando Carcosa for trazida, um dos aspectos de Kaiwan poderá ser chamado para nosso mundo permanentemente. Se o Rei Amarelo for invocado, virá para dominar e submeter toda a humanidade à sua vontade como ocorreu com Ythril. A vinda de Hastur segundo alguns antecipará o Despertar dos Antigos.

Magias: Visions of Carcosa and Beyond, Song of the Hidden Secrets, Wail of the Unspekable One, Call the Steed from the Stars, Unspekable Pact, Secret Sigil, Aldebaran Rising, Enchant Steed Whistle e Create Bell of Destiny.

Deep in the Channel (continuação)

Com Bacon morto, os investigadores retornam para a loja de antiguidades na Liverpool Road decididos a revirar a casa em busca de pistas.

Patrick e Lydia que esperavam o retorno dos demais no pub, vêem que eles voltam claramente alterados. Noah parece descontrolado, ele deixa o carro e corre para a casa tentando destrancar as portas e ganhar acesso. Em seu ânsia acaba quebrando uma chave no cadeado. (olha o roll de 00!)
A vasta coleção de antiguidades na casa de Lawrence Bacon
Os investigadores conseguem finalmente arrombar o portão e entram na casa a fim de vasculhar o lugar. Lydia e Patrick tentam obter explicações, mas os outros não falam coisa com coisa. Pietro começa a vasculhar o mostruário do primeiro andar enquanto os demais invadem a casa em busca de pistas sobre as atividades de Bacon e dos "Irmãos do Símbolo Amarelo".
No segundo pavimento da casa, Noah encontra uma biblioteca e começa a procurar livros importantes. Patrick acaba localizando um exemplar do Rei Amarelo, escrito em inglês. O pianista recolhe o livro em seu paletó.

Mas é em um estúdio trancafiado à chave que os investigadores encontram pistas mais valiosas. Um antigo tomo chamado Revelações de Carcosa repousa sobre uma escrivaninha entulhada de papéis. Nela descobrem também uma estranha caixa de madeira polida encerrando um tipo de sino de bronze com o símbolo amarelo em relevo. Noah recolhe esses artefatos. No estúdio Lydia encontra uma placa de metal com estranhos dizeres e se apodera dela:

Diante de ti, Lorde da distante Aldebaram.
Ofereço minha eterna devoção,
Minha carne e meu sangue,
Minha alma e espírito.

Redijo aqui a minha proposta,
Assino o Pacto Inominável diante do Mestre de Hali.
Para honrá-lo de livre vontade.
Vinde a mim. Eu uso o nome proibido com a autoridade daquele que professa o acordo:
Vinde HASTUR!

Eu: o mudo, o manco, o tolo, o fraco, o vazio.
Tornai meus anseios verdades.
Tornai minhas aspirações realidade.
Unge meu corpo com vosso poder.
Oh Senhor de Aldebaram!

Aqui diante de ti, abraço o Símbolo Amarelo.
Me posto de joelhos e beijo vosso manto.
Hali me comanda, e um dia me terá por inteiro.
Para sempre serei vosso servo.
E, para sempre serei vosso servo.

Todos os objetos são recolhidos às pressas pelos investigadores que em seguida voltam para o carro deixando Islington em disparada. os horrores dessa noite entretanto jamais serão esquecidos por eles.

Deep in the Channel

Em Londres, os investigadores planejam seu curso de ação. Eles decidem montar guarda nas proximidades da casa de Bacon de onde podem observar os movimentos. Patrick O´Malley e Lydia Barker mantém a observação de um pub.

Às 11 horas da noite, Luman aparece na porta da casa, ele sai e tranca tudo. Em seguida, dirige-se até uma casa vizinha onde abre um grande portão. De lá sai conduzindo uma carruagem antiquada com dois cavalos. Luman para a carroça diante da casa e logo Bacon surge entrando no veículo.


Os investigadores se preparam para seguir a carruagem de carro. Patrick e Lydia no entanto, se separam dos demais para investigar a casa de onde a carruagem saiu. Infelizmente não encontram nada ali, a não ser um estátubo onde a carruagem era mantida.


Pietro, Noah e William Murdoch seguem o mais cuidadosamente possível o veículo mantendo uma distância segura. Eles percebem que ela se dirige para o SoHo. Finalmente, a carruagem para na Cannal Street. Bacon desce e entra em uma casa de dois andares às margens do Canal,a luz do segundo andar se acende. Luman parte.


Murdoch estaciona o carro na rua deserta. Ele e Noah verificam o lugar e se é possível arrombar a porta. Alguns minutos depois, o som de cascos é ouvido. A carruagem está retornando! Noah e William voltam correndo para o carro enquanto Pietro assiste a cena angustiado de um beco. Luman para novamente na frente da casa e de dentro da carruagem desce uma moça com trajes chamativos, sem dúvida uma prostituta. Luman vê a jovem entrar na casa, enquanto observa o carro parado a alguns metros de distância. O criado parece desconfiado e desce para averiguar. Dentro do carro, William e Noah ouvem os passos do homem se aproximando. Pietro percebe que ele saca uma adaga no cinto e resolve agir, o italiano sai de seu esconderijo e avança na direção de Luman sacando a pistola e pressionando-a contra as costelas do criado. O homem parece surpreso e não tem tempo de reagir. William e Noah descem do carro e ajudam o italiano a dominar Luman que é amarrado, amordaçado e colocado no porta malas do carro. William dirige até um beco onde o criado é abandonado desfalecido. Noah apanha a adaga de Luman para usá-la como arma.

Em seguida, os três planejam invadir a casa vizinha e entrar na casa de bacon pelos fundos. Pietro consegue forçar a porta da frente silenciosamente. O trio consegue saltar o muro para o outro lado e entra pela sacada do segundo andar. Lá dentro, ouve-se um som gutural como uma espécie de oração em um idioma desconhecido, há também uma estranha luminosidade avermelhada. Na entrada do quarto eles surpreendem Lawrence Bacon. Sua nudez revela tatuagens medonhas em todo o corpo com símbolos arcanos, inclusive o Símbolo Amarelo. A luz avermelhada emana de seus olhos. Ele segura a jovem imóvel enquanto posiciona a sua boca a alguns centímetros da boca da jovem. Um tipo de fumaça parece emanar da boca dela sendo aspirada pelo antiquário. A vitalidade da jovem parece estar sendo drenada, pois suas feições vão envelhecendo diante dos olhos atônitos dos investigadores..


Noah reage furiosamente abrindo a porta e avançando sobre Bacon para salvar a mulher. William segue o colega e tenta golpear o antiquário. Pietro aproveita a oportunidade para dar dois tiros certeiros no cultista. Bacon fica incrédulo e solta um gemido. Em seguida uma transformação medonha tem lugar diante dos olhos dos incrédulos investigadores: o corpo de Bacon começa a se desfazer, se liquefazendo em segundos dando lugar a uma massa de carne amorfa e medonha que muda de forma como se fosse feita de argila. Tentáculos, bocas e membros surgem da massa amorfa apenas para serem absorvidos em seguida.


A coisa investe com tentáculos que se transformam em braços e tentam agarrar William. Noah investe com a adaga enquanto Pietro não para de atirar com a pistola. A dramática batalha se desenrola enquanto a coisa que até então tinha a forma de Bacon se arrasta pelo chão deixando um repulsivo rastro sangrento. Um último golpe de Noah rasga a criatura, bocas surgem em meio a carne gritando enquanto ela cessa de se mover. A coisa está morta!

Os investigadores, transtornados pelo horror que testemunharam entram no carro e fogem em disparada. William e Pietro ajudam a jovem desmaiada, eles fogem em seguida, Noah lembra antes de pegar as chaves da casa de Bacon que estavam no seu casaco.

domingo, 23 de novembro de 2008

High in the Mound (continuação)

A fazenda parece deserta. Ninguém responde ao som da buzina e nem os cães que latiam insistentemente estão à vista. Há algo de estranho no ar e Nate pula a cerca para averiguar. Os demais decidem seguir o detetive. A casa está deserta, bem como o celeiro. Uma nuvem de poeira se ergue por detrás de um morro dentro dos limites da fazenda.
Um inocente morro dentro da fazenda Jennings

Os investigadores contornam a trilha que leva ao morro, onde observam nove estranhos monolitos posicionados no topo. Os monolitos de granito tem 4 metros de altura, um deles está tombado destruído por dinamite. Howard se aproxima para investigar com mais cuidado e percebe que há uma inscrição em latim gravada no alto de cada monolito. Traduzindo cada inscrição, têm-se a seguinte passagem:

Ansiosos, erguemos nossas faces para o firmamento,
Aguardando a visão de Aldebaram
Despontando, em toda sua glória.
Nossos olhos buscam as hostes voadoras,
Erguemos nossas mãos em louvor,
Cantamos a canção das Esferas distantes,
Nove pilares cravados no solo consagrado.
Retorne Hastur! Atenda nosso chamado!
Ia! Grande Senhor de Hali! Venha nos guiar!

Arjuna encontra a espingarda de Jennings caída no alto do morro. Nathaniel verifica que há cargas de dinamite presas nos monolitos, aparentemente o fazendeiro planejava demolir o restante das pedras. Ao mesmo tempo, Morrison e Lawrence percebem que a vegetação na fazenda é cinzenta e doentia. Nate sugere que o melhor a se fazer é demolir os monolitos, e se propõe a dispor os explosivos e acender o pavio. O grupo se protege no galpão enquanto o detetive faz os preparativos finais e corre para se juntar aos demais.

A explosão coloca abaixo quatro monolitos e os investigadores comemoram quando do céu surgem três criaturas aladas saídas do pesadelo de um lunático. Os monstros investem furiosamente atacando com garras afiadas. Pembry fica paralizado, mas os investigadores embora aterrorizados conseguem reagir.
A batalha é feroz, Arjuna derruba um deles com um disparo certeiro da espingarda. Nate, Malone e o Dr. Sterne atiram sem parar e conseguem ferir os outros dois. Ralph é arranhado nas costas e Alan o ajuda a se proteger dentro do galpão. Por fim o último monstro é morto. Os investigadores arrastam a carcaça das criaturas para o galpão e ateiam fogo no lugar usando gasolina.
Sem olhar para trás, eles deixam a fazenda imaginando qual foi o trágico destino do Sr. Harold Jennings. Em Clare Melford devolvem o automóvel e contam que Jennings morreu em uma explosão de dinamite, antes que chamem o xerife eles partem no trem com destino a Londres.

High in the Mound

24 de Novembro de 1928

O grupo composto do detetive Nathaniel Davemport, do Dr. Lawrence Sterne, o ilusionista Alan Morrison, do escritor Ralph Audrey Howard e do milionário indiano Arjuna Prajarayaran segue de trem rumo a Clare Melford. O diletante apresenta seu guarda costas pessoal, o Sr. Jack Malone, contratado para cuidar da segurança.
É uma boa chance do grupo descontrair e respirar ar puro, desfrutando da bucólica paisagem do campo. A viagem de trem não leva mais do que três horas. Logo, os investigadores desembarcam na pequena estação ferroviária de Clare Melford. Na estação contratam Tom, um taxista para mostrar os arredores, o rapaz indica o pub Holloways onde eles podem almoçar.

O tranquilo vilarejo de Clare Melford

O grupo segue para o pub lembrando que foi lá que Roby e seus associados se reuniram antes de seguir para a fazenda Jennings dois anos atrás. O Holloways é um típico pub de cidade pequena, o dono, Dick Blair se mostra solícito e convida os visitantes a experimentar seu bolo de carne e a cerveja preta. Arjuna é apresentado como um rico estrangeiro interessado em comprar fazendas nas cercanias, o grupo pergunta especificamente sobre a fazenda Jennings e recebe olhares desconfiados do taverneiro. Segundo Blair, o fazendeiro é um tipo excêntrico que odeia estranhos. Ele aconselha os forasteiros a procurar outro dono de terras para fazer negócios.

Não obstante, fica decidido visitar a fazenda Jennings, guiados por Tom em seu antigo automóvel 1908. As estradas que levam a fazenda Jennings são sinuosas e empoeiradas, a viagem é tudo menos confortável. Tom comenta que o Sr. Harold Jennings é um viúvo pouco sociável, que não gosta de visitantes, tampouco estranhos. Ele tem por hábito expulsar vendedores de suas terras. Ao se aproximar da fazenda, placas advertem para que estranhos fiquem longe da propriedade.
Tom estaciona diante da cerca de arame farpado onde dois cães ladram. Harold Jennings surge logo em seguida vestindo galochas, suspensórios e trazendo uma espingarda na mão. Ele não quer conversar e brandindo a arma manda que os forasteiros entrem no carro e vão embora do contrário soltará os cães. Nate e Howard tentam acalmá-lo dizendo que querem apenas conversar, mas o velho hermitão põe fim a qualquer diálogo atirando no painel do carro. "O próximo tiro vai em um de vocês!" ele esbraveja. Tom empurra o grupo para o carro enquanto Jennings continua gritando: "Vão embora daqui e não voltem! Não quero mais negócios com gente da cidade grande, vocês não prestam!"

De volta ao povoado o grupo se reúne no pub, onde conversa com o Sr. James Pembry um conhecido de Jennings. Pembry diz que Harold nem sempre foi o velho amargo que é atualmente. "Foi culpa de alguns estranhos que ofereceram a ele uma fortuna para ocupar a fazenda em um fim de semana dois anos atrás. Depois disso, Harold não foi mais o mesmo". Pembry não está a par dos detalhes, mas ele ouviu o fazendeiro reclamar que os estranhos haviam arruinado a fazenda. desde aquele fim de semana, a fazenda se tornou estéril, o solo improdutivo e a água contaminada. A mulher de Harold adoeceu e morreu ano passado, seu filho deixou a fazenda. Harold desde então se isolou e se converteu em um eremita.

Pembry conta que os estranhos pagaram muito dinheiro e que deixaram no morro dentro da propriedade estranhos monolitos de granito. Jennings odeia esses monolitos e os culpa pelas suas mazelas. Nisso, ouve-se um estrondo que os moradores dizem só pode ter vindo da fazenda. O som de explosivos. Pembry observa taciturno: "Esse velho louco, sempre disse que colocaria os monolitos abaixo com dinamite, mas eu achava que ele estava exagerando!".

Pembry concorda em acompanhar os investigadores novamente até a fazenda para que ele interceda. Tom aluga o carro e o grupo toma a estrada.

Londres, 24 de Novembro de 1928

Os investigadores decidem visitar a fazenda Jennings em Clare Melford onde segundo o detetive Vincent Tuck ocorreu uma reunião envolvendo Edwards, Roby, Quarrie e Bacon. Naquela manhã, o Dr. Lawrence Sterne recebe uma misteriosa carta que muda os planos do grupo.
A carta escrita com garranchos e erros de gramática é assinada por um certo Grey, de quem nada se sabe.
Caro amigo,

Eu o chamo de amigo, embora não nos conheçamos pessoalmente, o que espero possa ser remediado em breve. Creio que possamos ajudar um ao outro, pois temos objetivos comuns. O senhor e seus associados já devem saber a respeito do Sr. Edwards.

Devem saber que ele andava na companhia de A. Roby, Malcolm Quarrie e outros. Eles formam um seleto grupo que se auto-intitula “Irmãos do Símbolo Amarelo” e mexem com coisas inacreditáveis. Não os subestime como simples fanáticos, eles são extremamente perigosos e seus objetivos nefastos. Quarrie não está mais com eles, porém eles continuam sendo uma ameaça.

Em Londres, Edwards e os Irmãos contam com um aliado valioso. Um homem chamado Lawrence Bacon. Trata-se de um indivíduo do qual o senhor talvez já tenha ouvido falar. Bacon é um dos culpados pela atual situação de A. Roby. Bacon é vital para os Irmãos do Símbolo Amarelo e um homem terrível. Digo isso, pois conheço alguns de seus segredos. Não posso falar a respeito disso, sem fazer com eu o senhor pense que sou louco. Mas eu sei!

Bacon raramente deixa a sua casa na Liverpool Road em Islington. Ele o faz apenas uma vez por mês, na primeira noite de lua cheia. Seu caminho é sempre o mesmo, bem como o seu propósito. O senhor precisa saber com que tipo de pessoa está lidando e a única forma é vendo com seus próprios olhos.

Tome cuidado, como disse ele é muito perigoso.

Desejo-lhe toda sorte do mundo e anseio por um novo contato.

Seu criado,
Grey
Assumindo a possibilidade de riscos para sua família, o Dr. Sterne manda sua esposa Rebecca e as duas filhas para a casa de sua sogra em Winchester. Em seguida ele sai a tempo de encontrar os demais na Victoria Station. Lá Pietro decide ficar a fim de mostrar a carta aos que permaneceram em Londres.

Londres, 23 Novembro 1928

Os investigadores marcam um encontro no Hotel Savoy, onde Arjuna está hospedado para discutir seus próximos passos.

A notícia da morte do detetive Vincent Tuck tem um efeito bombástico, os investigadores temem por sua segurança. O Dr. Sterne, pessoalmente ameaçado por um homem nas ruas de Londres, pede ao detetive Nathaniel Davemport que fale com seus contatos e consiga uma arma. Davemport obtém duas armas de fogo calibre 32.

O grupo decide telefonar para o número de Lawrence Bacon e marcar uma visita a sua loja em Islington. Howard usa como pretexto a venda de um livro raro em seu poder (a primeira edição do livro "A Doutrina Secreta" de H.P. Blavatsky). Bacon morde a isca e marca a visita para as seis horas da tarde.

Pesquisas na Biblioteca de Londres:

Nathaniel, William, Lydia, Pietro e Arjuna decidem pesquisar a respeito do povoado de Clare Melford e saber o máximo de informações a respeito dele antes de fazer a viagem. Sobre o povoado eles apuram o seguinte:

Clare Melford

Clare Melford é um povoado basicamente agrícola localizado à cerca de 90 milhas de Londres. Fundado em 1780, Melford possui meros 400 habitantes distribuídos em fazendas nos arredores do povoado. Criações de ovelhas também são comuns. Trata-se de um típico povoado do interior da Inglaterra.
A melhor maneira de chegar a Clare Melford é por trem, uma vez que as estradas não são muito boas, sobretudo no inverno. Dois trens passam diariamente pelo povoado saindo da Victoria Station. O Primeiro sai de Londres às 8:55 da manhã e chega às 12:00 uma vez que faz uma volta por Wittham. O segundo trem segue direto saindo às 17:45 com chegada às 19:40.

Visita a Loja de Antiguidades de Lawrence Bacon:

No final da tarde, Noah, o Dr. Sterne, Alan Morrison, Patrick e Howard comparecem ao encontro marcado. Eles chegam pontualmente a casa que mais parece uma fortaleza com um alto muro de pedra circundando toda a propriedade. Cacos de vidro no alto do muro e várias trancas na porta mostram que o dono da casa é muito zeloso de sua segurança.

Um empregado negro que se apresenta como Luman atende a campainha após uma longa espera. O homem tem um forte sotaque estrangeiro mas os recebe de forma polida pedindo os cartões de apresentação. Ele pede que todos aguardem por Bacon na sala do mostruário. O lugar está abarrotado de mobília antiga, soturnas telas à óleo, cristaleiras e antiguidades de todo o tipo. Enquanto aguardam pelo negociante; Noah, Howard e Alan observam os objetos dispostos para a venda sob o olhar atento de Luman.

Não demora muito até que Bacon chegue. O antiquário é um indivíduo enorme, com quase dois metros de altura e mais de cem quilos. Ele tem uma espessa barba e cabelos compridos que caem sobre os ombros. Bacon veste um robe de veludo vermelho e cachecol. Ele se apresenta e trata da negociação do livro de maneira muito profissional.

Howard menciona que procura um livro chamado King in Yellow, mas Bacon informa que infelizmente ão possui esse título. Ele se limita a comentar que se trata de uma obra extremamente rara e difícil de ser conseguida. O Dr. Sterne menciona Alexander Roby, mas Bacon uma vez mais nega conhecimento desse nome. A impressão é que o antiquário está sondando os investigadores tentando descobrir o que eles sabem. Noah pede para ver os livros da coleção, mas o antiquário diz que o acesso a eles é restrito, em contrapartida pergunta qual livro o poeta procura. Noah pede para ver uma edição do Malleus Malleficarium editada em latim no século XVII. Howard negocia e arremata o livro por 80 libras.

A visita termina logo em seguida, Bacon pede que Luman acompanhe os convidados até a porta e deseja que eles possam fazer negócios novamente. Os investigadores sentem que há algo estranho no comportamento de Lawrence Bacon, mas não sabem identificar exatamente o que. Aliviados por deixar a casa, eles imaginam quais os segredos escondidos no segundo andar daquela escura mansão.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

A sessão de jogo

Foto da última sessão de jogo:

Em sentido horário da esquerda para direita: Job, Rafael (Icarus), Max, Paulo, Rodrigo e Luciano

22 de Novembro 1928

O grupo tenta obter mais informações de Edwards uma vez que descobriu seu primeiro nome: Montague.

Eles ficam sabendo que MONTAGUE EDWARDS é um negociante, um empresário bem sucedido residente de Mercy Hill, uma das regiões mais abastadas de Londres e que possui um negócio em Surrey. Ele trabalhava com importação de artigos valiosos trazidos do oriente.
Infelizmente, as informações obtidas, dão conta de que Edwards vendeu seus negócios e que não reside mais na sua mansão. Os vizinhos lembram dele como uma pessoa cordial e discreta, ele não deixou qualquer contato.

VINCENT TUCK - Davemport, Morrison, O´Malley, Murdoch e Pietro visitam a agência do detetive Vincent Tuck, que fora contratado por Grahan Roby para seguir seu irmão Alexander. O escritório modesto em Islington fica no segundo andar de um velho prédio.
Tuck parece ser um homem íntegro e profissional, quando questionado a respeito de seu trabalho para o Sr. Roby afirma que por uma questão de ética nãop ode divulgar o resultado de sua investigação. Depois de ser convencido pelo grupo de que seu objetivo é o bem de Alexander, Tuck aceita falar sobre o assunto.
O detetive abre seu arquivo sobre o caso e apresenta o que apurou:
- Ele seguiu Alexander por três semanas. Nesse período Alex esteve na companhia de três indivíduos: Montague Edwards, Malcom Quarrie e um certo Lawrence Bacon.

- A pesquisa de Tuck apurou que Edwards é um homem de negócios bem sucedido, Quarrie é um professor universitário na Pembroke e Bacon um negociante de livros e antiguidades em Londres. Destes ele parecia mais ligado a Edwards.
- Alexander visitou o Museu Britânico e a Biblioteca na companhia destes senhores. Parecia estar trabalhando em alguma pesquisa ou estudo. Ele tomou parte em reuniões na casa de Bacon. Essas reuniões terminavam muito tarde e o detetive não imagina qual a natureza delas. A casa de Bacon é uma mansão edwardiana com muros altos que serve também como seu local de trabalho. Ele só negocia suas mercadorias coom hora marcada e através de apresentação. (Tuck obteve o cartão de apresentação de Bacon)
- Finalmente Tuck revela que em meados de 1926 seguiu Alexander, Edwards e Bacon até a Victoria Station onde eles apanharam um trem para o interior. Ele seguiu o trio até um povoado chamado Clare Melford. Lá o trio encontrou Malcolm Quarrie e mais uma dúzia de indivíduos em um pub chamado Holloways.
- De lá, todos foram de carro até uma fazenda pertencente a um tal Jennings. Ele havia alugado o local para esses senhores. Tuck afirma que seguiu o grupo em seu automóvel e ficou nas imediações observando o que acontecia. Durante a madrugada, o detetive começou a ouvir sons estranhos, gritos e outros barulhos que o deixaram em estado de alerta. Um denso nevoeiro desceu sobre a fazenda e luzes apareceram no céu noturno. Assustado, Tuck desistiu de sua vigília e retornou a Londres disposto a se desligar do caso.
O detetive não sabe o que aconteceu na fazenda "mas com certeza foi alguma coisa sinistra" completa com uma expresão preocupada. Ele aconselha o grupo a abandonar a investigação e diz que não quer mais nada com o Sr. Roby, seus colegas ou com as estranhas atividades com as quais eles estão envolvidos.
O detetive os acompanha até a porta do escritório onde se despede.

HANDOUT - Carta do Dr. Lionel Trollope

Caro Senhor,

Escrevo logo após nos despedirmos de nosso encontro. Eu serei muito franco – e, por favor, perdoe qualquer incômodo que isso possa causar. Depois de nossa conversa, senti que o senhor – e seus associados - demonstra real preocupação com a situação do jovem Alexander e como amigos, desejam ajuda-lo. Assim sendo, resolvi depositar em vocês minha confiança. Além disso, sinto a necessidade de tirar o peso das minhas costas e compartilhar coisas que deixei de dizer anteriormente. Eu hesito em colocar essas informações no papel, mas não obstante prossigo.

Ao contrário do que possa parecer, estou ansioso por ajudar Alexander. Seu pai era um bom amigo, de modo que eu conheço o jovem desde criança. Ele é um rapaz decente, que, penso eu, foi vítima de circunstâncias infelizes.

Deixe-me começar relatando minha primeira visita a Alexander em St. Agnes, ocorrida em Junho de 1927. O Dr. Highsmith disse que na ocasião, Alexander não estava medicado e que estaria lúcido, comprovei que este era o caso, embora ele manifestasse episódios de confusão. Nossa conversa foi breve e estranha. Ele parecia bem diferente do rapaz que conheci. Uma das poucas coisas que ele relatou e que fez algum sentido, dizia respeito a um livro de sua autoria. Vocês podem não estar cientes disso, mas Alexander publicou anos atrás um trabalho chamado “O Andarilho no Lago”. Eu tenho em minha biblioteca um volume deste livro, embora jamais o tenha lido (seu conteúdo sempre me pareceu difícil de digerir). Ao voltar para Londres encontrei o livro e após iniciar sua leitura senti que era difícil coloca-lo de lado, embora ainda o achasse particularmente bizarro. Estranhamente, alguns trechos estavam em alemão, traduzi da melhor forma embora meu conhecimento do idioma seja limitado. Algumas passagens lembraram a conversa que tive com Alexander no asilo e pude compreender que esse livro é um dos motivos de sua atual instabilidade mental.

Minha segunda visita ao asilo aconteceu cerca de seis meses após a primeira, logo depois do Natal. Nessa oportunidade ele infelizmente estava sob o efeito de medicação. Frustrado, achando que minha viagem até o asilo seria improdutiva tentei uma experiência por conta própria. Eu havia trazido em minha valise algumas anotações sobre o livro e diante de Alexander comecei a ler os trechos. Não sei explicar exatamente o que esperava com isso, suponho que estivesse tentando provocar uma reação de algum tipo. Ao ler as passagens, percebi que havia chamado a atenção de Alexander e ele começou a repetir minhas palavras, sobretudo um trecho em alemão. Eu parei de recitar as palavras, mas ele prosseguiu em um ritmo cada vez mais rápido fazendo um estranho sinal com a mão. O que aconteceu em seguida é difícil explicar.

Ele continuava repetindo o trecho em alemão, até que me levantei para interrompê-lo, pois seu estado de excitação me assustou. De repente senti uma fraqueza e desmaiei. Quando despertei, haviam passado alguns minutos, um dos enfermeiros me ajudava e Alexander observava atrás dele. Sua expressão era triste e ele disse em um sussurro: “Sinto muito Doutor, o senhor não estava pronto para ver isso”.

Não posso deixar de suspeitar que Alexander saiba das circunstâncias misteriosas que cercam a morte de seu pai e irmã, e que essas mortes foram resultado direto do envolvimento de pessoa ou pessoas que o manipularam. Nos últimos anos Alexander esteve na companhia de um homem chamado Edwards. Este senhor é um bem sucedido empresário, com interesse em ocultismo. O pouco que sei a respeito dele, foi obtido através de informações colhidas por um detetive particular chamado Vincent Tuck, contratado por Grahan para saber das atividades do irmão pouco antes da tragédia. Eu temo que Alexander, se libertado, irá procurar por Edwards uma vez mais, o que poderia ser desastroso.

Sinto que fiz o certo ao compartilhar minhas impressões com o senhor. Não preciso pedir sua discrição nesse assunto, para o bem da família de Alexander e para sua própria segurança. Estou inteiramente à disposição para que possamos conversar mais. Contarei mais a respeito de minhas suspeitas quanto a Edwards, em um próximo encontro.

Por fim, relutei em falar a respeito do que vi enquanto estive desmaiado naquela cela do Asilo St. Agnes. Mas se vou confiar em você, devo relatar todos os acontecimentos, mesmo os mais inacreditáveis.

À medida que Alexander falava, eu percebi que não estava mais naquele lugar. Não sei explicar como; mas ao abrir os olhos era como se tivesse sido transportado para outro lugar, uma câmara muito maior, iluminada por tochas. As paredes de pedra cinzenta eram recobertas de estranhos hieróglifos dos quais nada pude compreender. Levantei-me sobressaltado e caminhei até uma ampla passagem que levava a uma varanda. De lá constatei que aquele salão fazia parte de um prédio muito maior e tive a vista de uma esplêndida cidadela, diferente de tudo o que já vi. Não pertencia a qualquer civilização que eu pudesse reconhecer. A paisagem era dotada de ruas largas, construções abobadadas e palácios magníficos. Rampas, escadarias de mármore, grandes obeliscos e colunas de pedra trabalhada. A cidadela ficava no centro de um imenso lago de águas escuras e plácidas. Instintivamente olhei para o alto e para meu horror lá encontrei uma série de estrelas estranhas e dois sóis: um vermelho e outro esverdeado despontando no céu noturno.

Foi então que senti uma inominável aura de ameaça ao meu redor. Uma esmagadora força invisível que parecia tomar ciência de minha presença. Aterrorizado deixei a sacada correndo para a câmara e em meu pânico sequer olhei para trás. Felizmente a visão começou a se dissolver diante de meus olhos e no momento seguinte não estava mais naquele lugar assombrado e sim na cela do asilo.

A única certeza que tenho é que essa experiência foi real e que por pouco consegui escapar de algo que veio ao meu encontro. Algo dotado de grandes asas de couro... Compreende agora por que era tão difícil falar a respeito do assunto?

Cordialmente,
Dr. Lionel F, Trollope

HANDOUT: Der Wanderer durch den See

A capa do Der Wanderer Durch den See
Escrito em inglês com trechos em alemão por A.R., editado em 1923 pela White Hall Press, de Londres.

Um livro pequeno, 15 por 10 cm, com 97 páginas, encadernado em tecido azulado, sem título na capa ou na espiral.O título, iniciais do autor, data, editora e a dedicatória homenageando Samuel
Taylor Coolidge se encontram na primeira página.

O texto bastante complexo é dividido em duas partes, intitulados Primeiro Ato e Segundo Ato. Ele descreve o que parecem ser os sonhos de um homem viajando a caminho de uma terra estranha acessada através de seu inconsciente. Ele é escrito em estilo de narrativa, embora alguns trechos contenham poesias e descrições vívidas. Os trechos com sonhos, escritos em alemão (sendo o restante do livro em inglês) focam em uma espécie de força ou poder que o homem tenta entender. Essa força, uma espécie de energia viva e consciente seria superior à humanidade e veria o progresso da civilização assim como nós enxergamos as formigas em um formigueiro. O sonhador se refere a esta força como “Kaiwan”, mas em mais de um momento se dirige a ela como “Aquele de quem não se fala”. Os sonhos ocorrem em um cenário distinto, em um tipo de cidade que seria a fonte de poder desta força buscada ao longo da intrincada narrativa.